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Num momento como esse, em que a sociedade começar a se perguntar qual é o verdadeiro papel da mulher na sociedade, um filme como ‘As Sufragistas’ deveria vir muito bem a calhar. Pena que esse não é o caso.
A história de ‘As Sufragistas’ se passa no início do século XX, época em que as mulheres ainda não possuem o direito de voto. Então, um grupo militante decide coordenar atos de insubordinação, quebrando vidraças e explodindo caixas de correio, para chamar a atenção dos políticos locais à causa. Eis que então surge a personagem principal Maud Watts, interpretada por Carey Mulligan, que descobre o movimento das feministas e passa a enfrentar grande pressão da polícia e dos familiares.

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É impressionante como uma história interessante pode se tornar tão “sem sal” dependendo da forma como é desenvolvido. O roteiro de Abi Morgan parece não ter vida, apesar de seu material bruto ser tão bacana. O movimento feminista é forte, e cada vez mais se intensifica dentro da sociedade, e ‘As Sufragistas’ não conseguiu o feito de se aproveitar disso. O elenco formado por nomes como Carey Mulligan, Helena Bonham Carter, Meryl Streep e Brendan Gleeson apresenta um saldo bem positivo, porém os poucos minutos de cena de Streep frustram o espectador. Helena Bonham Carter é, como sempre, intensa e verdadeira, dando força à sua personagem Edith Ellyn, uma das feministas que lideram o grupo.

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Apesar de todos os pontos negativos envolvendo ‘As Sufragistas’, ele apresenta um fato interessante a ser discutido. Ele nos faz refletir sobre o machismo que existe entre as próprias mulheres. No longa, Maud tem que lidar com o preconceito das próprias mulheres em relação à sua decisão de seguir o movimento feminista, que exigia o direito de voto. O grupo luta pelo direito de todas as mulheres, mas nem todas as mulheres enxergam isso, e se afundam no machismo já presente na sociedade, e se acomodam nele. O mundo “moderno” vive um fenômeno parecido, onde as próprias mulheres tendem a ter pensamentos machistas.
‘As Sufragistas’ não consegue aproveitar o momento interessante, mas ao menos consegue nos trazer à tona essa reflexão. Você, mulher, é machista?

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