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‘Proteja a linhagem’.

RESUMO DA AÇÃO: A mercenária vampira Selene (Kate Beckinsale) ainda está a procura de sua filha desaparecida, mas passa a ser perseguida tanto pelo clã dos Lycans, que acreditam que ela está escondendo a criança de sangue raro e valioso, quanto pela facção de vampiros que a traiu anteriormente e jurou caçá-la sob pena de morte. Este é o quinto filme da franquia iniciada em 2003 e conta com nova comandante, Anne Foerster, estreante como diretora no cinema, mas que havia dirigido alguns episódios de séries como ‘Criminal Minds’ e ‘Outlander’. Foerster também trabalhou como diretora de fotografia em alguns filmes, como ‘Anônimo’ e ‘O Ataque’. O roteiro é adaptado por Cory Goodman, de apenas dois filmes na carreira antes desse, ‘Padre’ e ‘O Último Caçador de Bruxas’.

É PRECISO CONHECER A FRANQUIA PARA ASSISTIR AO FILME? Dando uma resposta sincera, sim e não. Sim porque a franquia tem muitos fãs fiéis que idolatram toda a mitologia que envolve o universo desses personagens, e como já se passaram quatro filmes há muita informação que pode auxiliar bastante na imersão do espectador. E não porque o filme sabe que está lidando com um público mais casual, que busca esse tipo de filme como forma de entretenimento, sendo assim, a todo o momento os personagens estão explicando o que está acontecendo para ajudar a plateia a não se perder. Logo nos primeiros minutos, há um resuminho que praticamente situa os mais desavisados de tudo o que aconteceu previamente.

A TRAMA TRAZ CONSIGO ALGUMA MENSAGEM? Bom, o foco do filme não é uma trama bem amarrada, com um dilema moral embutido ou algo que possa ser aprendido. Na verdade, está bem longe disso. Mas, de maneira geral, o filme aborda temas. Podemos dizer que neste caso, ‘Anjos da Noite: Guerras de Sangue’ nos mostra como a informação é um dos poderes mais valiosos que existem, muitas vezes superando a força física. O problema é que há muita inconsistência no roteiro, não há uma linha lógica de raciocínio que podemos seguir. As coisas simplesmente ‘acontecem’, e de uma forma que aparenta ser por pura conveniência que o filme precisa em determinado momento. Há intrigas e mais intrigas, situações e reviravoltas que me fazem entender o porquê da franquia ter tantos fãs (é basicamente uma série vampira adolescente com um toque ‘trash’, que é atraente), mas que particularmente não me agradam, pois deixam o filme extremamente expositivo, repetitivo e blazê.

Os roteiristas nunca ouviram que ‘com grandes poderes vêm grandes responsabilidades’, Selene é praticamente invencível

QUAIS SÃO OS PONTOS FORTES E OS PONTOS FRACOS? Como mencionei, é compreensível que seja um filme atraente, pelas suas intrigas e criaturas fantásticas que existem no universo do filme. A própria direção de arte e a fotografia, com um tom meio azulado, reforçam a atmosfera gótica e escura que o filme transmite, chegando a flertar até com o terror em alguns momentos. De certa forma, essa paleta de cores do filme estimula no espectador um pouco de depressão e medo, o que é muito interessante. É uma pena que, com exceção de Selene – que ganha um pouquinho mais de atenção do roteiro, embora Kate não seja nem sombra da brilhante atuação em ‘Amor & Amizade’ deste ano também – os outros personagens sejam muito rasos e com motivações pouco convincentes, após tantas reviravoltas. Ao menos Marius (Tobias Menzies), líder dos Lycans, David (Theo James) – parceiro de Selene – e Semira (Lara Pulver), uma das líderes dos vampiros, que têm bastante tempo de tela e papéis importantes no filme, deveriam ter sido concebidos com objetivos mais claros e melhor desenvolvidos.

Por incrível que pareça, outro ponto fraco está nas cenas de ação do filme. Tanto os efeitos visuais, que lembram mais uma ‘cutscene’ defeituosa de algum jogo de vídeo-game, quanto as coreografias e os inúmeros saltos que os personagens dão (onde praticamente ‘vemos’ o cabo arremessando os atores para lá e para cá), acabam tornando as cenas de confronto – que deveriam ser mais tensas – engraçadas e bizarras. Sem falar em vários erros de continuidade – o mais gritante é quando uns personagens fogem na luz do Sol, mostrando que são imunes e no corte seguinte está nublado e chovendo…

Quando você não quer gastar muito e pede para seu sobrinho fazer os efeitos visuais do seu filme

AFINAL, O FILME ENTREGA O QUE PROMETE? Apesar de considerar um dos piores filmes do ano, sou obrigado a dizer que sim, pois quem vai assistir a um filme como este já sabe basicamente o que esperar. E se vai ver é porque gosta, a franquia encontrou um público consumidor fiel fora dos EUA, tanto que todos os filmes têm correspondido financeiramente (o sexto filme já foi até anunciado). Essa vai ser a primeira vez em que teremos o lançamento de um ‘Anjos da Noite’ e um ‘Resident Evil’ tão próximos (por aqui a diferença será de praticamente um mês), o que comprova que ambas as franquias têm total confiança no sucesso do seu produto. Mas, como amante do bom cinema e da capacidade que ele tem de construir universos fantásticos conseguindo fazer o espectador suspender a descrença praticamente sem esforço, respeitando sua inteligência e utilizando as imagens e a ação para contar uma história, eu jamais escolheria ver um filme tão pobre e confuso como é este ‘Anjos da Noite: Guerras de Sangue’. Apesar de respeitar os amantes da franquia, considero este um dos filmes mais bizarros (no mau sentido) e com um dos roteiros mais desleixados e absurdos (nunca achei que veria dezenas de lobisomens com AK-47 e semiautomáticas em uma batalha) que vi nos últimos anos.

UM MOMENTO APIMENTADO: Bizarro por bizarro, a luta de Selene com o lobisomem marombado no gelo é interessante, mas a ‘taça de sangue’ degustada por Semira também poderia ser considerada.




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