Com direção segura de Craig Macneill, “Lizzie” é um poderoso retrato da ganância e da ignorância humana

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O cinema já mostrou como a vida é recheada de histórias dignas de grandes filmes. Há também aquelas que não possuem tanta força, mas o cinema consegue adaptar de forma que seja possível transportar à tela. Do ponto de vista geral, a história de Lizzie Borden é simples.

Porém, Craig Macneill construiu todo um peso e tensão que faz de Lizzie um suspense psicológico narrativamente bem construído e com um ritmo bem trabalhado.

Por mais que Macneill não tenha uma filmografia bem estabelecida, com pouco tempo profissional, ele consegue realizar um belo trabalho em Lizzie. Sua direção mais sóbria mostra um domínio técnico significativo do americano, conseguindo não só estabelecer e manter um tom narrativo do começo ao fim, como um bom controle de elenco. Essa é a sétima versão da história da americana transportada para um produto audiovisual, e mesmo assim, Macneill faz dela como se fosse algo inédito.

Isso prova o controle de direção para sua escolha narrativa, que mantém uma construção mais lenta e tensa da trama, fugindo do padrão costumeiro de cinebiografia. Entretanto, mesmo que o roteiro de Bryce Kass construa algo diferente, o mesmo falha em manter, dando brechas para novas formas narrativas na parte mais esperada do longa que é o terceiro ato.

Até então, a narrativa seguia um padrão de história, que mesmo não sendo introduzida de forma linear, manteve-se assim durante todo o primeiro e segundo. Contudo, no terceiro, Kass introduz um flashback mal encaixado para trazer a esperada cena do assassinato provocado por Lizzie. A quebra do linear é sempre bem vinda no cinema, mas só quando bem feita.

Como dito anteriormente, o controle de Macneill também está presente no elenco. Apesar de Kristen Stewart ter conseguido apagar a saga Crepúsculo (2008-2012) da sua carreira, sua sequência de atuação mantém o mesmo padrão e aqui isso continua. Kristen atua com segurança e entrega sempre a personagem com precisão, mas ainda transmitindo as mesmas reações.

O destaque mesmo está com Chloe Sevigny, com uma verdadeira atuação madura e que dá o peso certo para uma personagem como Lizzie Borden.

A direção de arte, que poderia ser o verdadeiro destaque do filme sobre o grande caso do século XIX, não surpreende tanto quanto poderia. Claramente a função faz um lindo trabalho de caracterização, mas ainda assim, longe de ter o lindo figurino de Trama Fantasma (2017), por exemplo. Por ser um filme “pequeno” – no sentido narrativo – faz com que não haja tanta exploração de ambientes, já que o longa se passa em três ou quatro diferentes.

Essa então “nova” versão da história de Lizzie Borden está longe de uma obra prima, porém entrega um filme maduro, que assume um tom e o segue até o fim. Todavia, a narrativa peca em não seguir sua linha introduzida, o que faz de Lizzie um filme muito mais de atuação ao invés de narrativo.

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