Cômico e sensível, “Poderia Me Perdoar?” toma um rumo sutil e não evita impactos

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No cinema existe uma regra em que histórias envolvendo eventos reais – na qual seu protagonista é um antagonista ao mesmo tempo – possuem a missão de cativar o público mesmo que suas crueldades venham ter proporções gigantescas na vida de alguém. Foi este o desafio que a atriz e comediante Melissa McCarthy encarou e conseguiu entregar de forma surpreendente, dando vida a uma mulher que não teve medo de administrar e pôr em prática vendas ilícitas (para ser mais exato, falsificação) de cartas de famosos já mortos.

Melissa, que dá vida à escritora falida Lee Israel teve sua segunda indicação ao Oscar, SAG Awards e BAFTA – a primeira foi pela comédia Missão Madrinha de Casamento (2011) – sendo uma fortíssima candidata.

Adaptado dos momentos de trambique que ousou a se meter para manter o seu sustento, o livro ‘Poderia Me Perdoar? foi o mais vendido da carreira de Lee Israel, chegando a entrar na lista dos mais vendidos, segundo o The New York Times.

O filme nos leva ao ano de 1990 e nos mostra como a biógrafa Lee tornou-se falsária de cartas devido as suas necessidades pessoais, tais como aluguel atrasado, manter-se e sustentar seu vício em cigarros e álcool. Esta fase de sua vida quase a leva a uma profunda depressão. Casualmente descobre em suas coisas perdidas uma carta datilografada e assinada por Fanny Brice, atriz de teatro, rádio e cinema (a quem está tentando escrever sua biografia) e se arrisca vendendo, conseguindo com êxito.

Vendo sua solitária e fatídica vida se degradando dia após dia, Lee tem uma lesiva ideia: falsificar cartas de celebridades mortas. Ela reencontra seu amigo Jack Hock, que passa a ser seu companheiro nas fraudes e a conviver com ela. Hock, homossexual assumido e com um humor peculiar, auxilia também a dar um upgrade na vida e no apartamento de Lee. Quando descoberta, Lee recorre a outro método: substituir as cartas originais em bibliotecas por suas cópias.

Bem realizada produção que não economiza nas piadas com situações cômicas, deixando o filme mais leve e que consegue surpreender o espectador, mesmo sabendo (ou deduzindo) onde e como a história termina. É graças à sensibilidade da direção de Marielle Heller que Poderia Me Perdoar? toma um rumo sutil e não evita certos impactos.

Pela memória de Lee e por ser tão simbólico, merece ser conferido.

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