“Duas Rainhas” prendem a atenção, mas não passam veracidade dos fatos

[et_pb_section admin_label=”section”][et_pb_row admin_label=”row”][et_pb_column type=”4_4″][et_pb_text admin_label=”Texto” background_layout=”light” text_orientation=”justified” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid”]

“Duas Rainhas” é baseado no livro biográfico Queen of Scots: The True Life of Mary Stuart de John Guy. Mary Stuart foi rainha da Escócia entre 1542 até 1567, quando foi forçada a abdicar o trono a favor de seu filho Jaime, que na época tinha 1 ano de idade, ela era a única descente legitima de seu pai o rei Jaime V da Escócia, sendo também considerada pela parcela católica dos ingleses a soberana legitima da Inglaterra, o que resultou em um conflito com sua prima, a rainha Elizabeth I da Inglaterra.

Aos 5 anos ela foi enviada para França onde se casaria com Francisco II, herdeiro da coroa francesa, então aos 16 anos ela ascendeu ao trono francês por um breve período até que se tornou viúva aos 18 anos. Após a morte de seu marido, Mary, que era católica, volta para a Escócia para reivindicar seu trono e encontra uma Escócia majoritariamente protestante, governada lá dá Inglaterra pela rainha protestante Elizabeth I.

O longa começa mostrando o fim de Mary (Saoirse Ronan), que após passar quase 20 anos sob custodia de Elizabeth (Margot Robbie) é considerada culpada de uma conspiração para assassina-la. Para entendermos como elas chegaram até esse momento, a história é contada a partir da volta de Mary da França, e passa por todos os conflitos e conspirações em torno da sua tentativa de recuperar seu trono e reivindicar o trono inglês, mesmo tendo pouco conhecimento da situação política de sua terra natal, uma vez que desde os 5 anos de idade morava na França, o que fez com que muitos não a aceitassem, já era o bastante ter que aceitar uma governante mulher, agora mulher e católica era demais.

A trama se divide entre as duas cortes, hora mostrando Elizabeth reunida com seu conselho, preocupada com a ameaça que Mary representa a sua coroa, hora mostrando Mary tentando conquistar seu espaço, mas sendo constantemente traída e desmoralizada pelos líderes protestantes, e entre os personagens presentes nas duas cortes nenhum, salvo as duas rainhas, realmente se destaca, alguns são até facilmente esquecidos até o momento no qual aparecem novamente em cena.

Saoirse Ronan interpreta uma Mary vivaz e destemida, tanto em suas atitudes confrontadoras como em seu figurino que trazem cor para o ambiente sombrio e destoa dos muitos homens que a cercam, já a Elizabeth de Margot Robbie, apesar de seu reino e figurino muito mais luxuoso, é mais contida, mas ainda assim implacável. As duas contrastam e se completam com atuações fortes e impecáveis.

A história que já foi contada nos filmes “Mary Stuart”, “Rainha da Escócia” de 1936, em outro filme de mesmo nome de 1971, “Elizabeth: A Era de Ouro” de 2007 e em “Mary, Rainha da Escócia” de 2013, desta vez tem uma diretora estreante nos cinemas, mas experiente no teatro, Josie Rourke, que no que parece ser uma tentativa de trazer o conto para tempos mais modernos tem um discurso mais feminista e de aceitação, Mary da declarações contra intolerância religiosa, de gênero e orientação sexual, ela que muitas vezes é retratada como vilã, afinal de conta tramou contra a vida de sua irmã monarca, e aqui é reescrita como forma de expor a misoginia e fanatismo da época, mas em alguns momentos é difícil de crer que esses discursos seriam provenientes do século 16.

As locações, figurinos, maquiagem, cenas de plano aberto e atuações de Saoirse e Margot são deslumbrantes, e os pontos forte do longa, depois delas os outros personagens não são dignos de tanta atenção e comoção. “Duas Rainhas” em alguns momentos, entre uma ilha e outra entra em desalinho e se torna não tão crível, apesar de se basear em uma história real, porém ele ainda se mantém interessante e cheio de tensão.

[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][/et_pb_section]

pt_BR