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Um dos filmes mais aguardados para fãs de super-heróis em todos os tempos finalmente chega aos cinemas esta semana. Cinco anos após o estúdio rival Marvel lançar seus “Vingadores”, chegou a vez da DC reunir seus principais personagens para o filme da “Liga da Justiça”. Partindo como uma sequência direta do polêmico “Batman vs Superman”, o longa ainda precisava apagar a imagem negativa deixada pelo estúdio após o decepcionante “Esquadrão Suicida”.
Como sabemos, Superman (Henry Cavill) está morto após sacrificar sua vida para salvar a Terra, e como prenunciado por muitos (incluindo Lex Luthor), sua ausência como protetor do planeta acabaria atraindo ameaças muito distantes, criaturas inimagináveis para os seres humanos. Sentindo que literalmente a esperança se foi, o mal fareja o medo para atacar, enquanto os sobreviventes da batalha anterior, Batman (Ben Affleck) e Mulher-Maravilha (Gal Gadot), procuram outros super-heróis para formar uma equipe de defesa da Terra.
Houve problemas nas fases de produção, dentre eles, o afastamento do diretor Zack Snyder (de “Watchmen”, “300” e “BvS”) após o suicídio de sua filha chegar ao conhecimento de todos e a substituição do compositor Junkie XL (também de “BvS” e escolhido por Snyder) pelo experiente Danny Elfman (do “Batman”, de Tim Burton), trazendo consigo vários temas clássicos dos heróis no cinema. Para não haver diferença de tom, o novo diretor, Joss Whedon (de “Os Vingadores”), dirigiu algumas cenas adicionais ao mesmo estilo de Snyder, sendo imperceptíveis as mudanças. No entanto, Snyder continuou (merecidamente) creditado como diretor do filme.
Sendo sincero, as chances de um filme cercado por polêmicas de bastidores como este dar errado eram muito grandes. Mas, felizmente, o resultado final é bastante satisfatório, mesmo com algumas “imperfeições”, que ao meu ver, descaracterizam um pouco o universo mais ousado e profundo que a DC vinha construindo. Uma das grandes críticas a “Batman vs Superman” é que o filme parecia uma bagunça, atirava para todos os lados e não conseguia contar uma história simples. Se você foi um dos que defenderam este ponto, “Liga da Justiça” resolve especialmente este problema. Aqui temos uma história muito mais simples e concisa e de fácil entendimento para as massas.
E funciona muito bem. Na medida do possível, o filme consegue fazer com que o grupo trabalhe bem em equipe, com boas cenas de ação e a maioria dos alívios cômicos dando certo, tornando a trama uma aventura divertida para o espectador. Parece algo óbvio, mas mesmo gostando dos primeiros filmes do universo DC, confesso que faltava passar a sensação de entretenimento ao público. Não digo encher de piadas, mas em outras palavras, apenas ser menos “sisudo”. E “Liga da Justiça” consegue ser o filme mais divertido do estúdio.
Entretanto, uma crítica pessoal. Abordando desta forma, o filme abre mão de questões mais filosóficas e profundas, que colocavam os personagens face a face com seus maiores medos e dilemas – a trilogia Nolan ainda é o melhor exemplo do gênero de como aliar profundidade com entretenimento de maneira genial. Aqui tudo é sugerido: a esperança (que o Superman representa), o heroísmo altruísta da equipe, o arco de líder da Mulher-Maravilha, a crise de consciência de Bruce, mas não houve desenvolvimento suficiente para que eu pudesse “acreditar”. Senti que faltou um pouquinho a mais de “alma”. A falta de alguns filmes solo ajudando a aprofundar os personagens antes da Liga se formar, pode ter feito toda a diferença neste caso.
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Como esperado, no início somos apresentados aos velhos e também aos novos personagens, e repetindo a crítica do parágrafo anterior, a falta de conhecimento prévio sobre eles (além de alguns polêmicos clipes de vídeo em “BvS”) impede que suas apresentações sejam mais orgânicas dentro da história. Mas, ao passo em que vão surgindo e começamos a nos familiarizar com suas personalidades, todos eles funcionam bem na equipe. Meu destaque vai para Flash (Ezra Miller), que mesmo não tão inteligente como eu imaginava, é responsável pelos momentos mais engraçados do filme.
Cyborg (Ray Fisher) e Aquaman (Jason Momoa) são menos carismáticos, mas não chegam a comprometer. Os três passam por alguns dilemas na vida pessoal, só que isso é tão vagamente sugerido que acaba sendo indiferente para o restante da história. Garanto que não é spoiler dizer que o Superman retorna, confirmando seu papel de “messias” no universo – os homens se voltaram contra ele, mesmo assim se sacrificou por eles e depois de um tempo ressuscitou – e o filme ganha muito com sua entrada. Acredito que dá para dizer que é um filme que cresce com o tempo, e tem vários easter eggs e elementos para agradar aos fãs.
Há algumas outras pequenas ressalvas, como a motivação do vilão ou a escrita do roteiro que poderia ter sido menos óbvia e mais polida – depois de um tempo, o excesso de frases de efeito encerrando cada diálogo incomoda. Mas, para alguém que adorava os desenhos da Liga, confesso que é empolgante ver tantos heróis queridos juntos em ação. Uma frase dita por Bruce no início é bastante intrigante, algo como “vamos deixar a escuridão dominar?” Isso serve como metáfora para a própria estética do filme e seu universo. Nota-se claramente as cores mais presentes, a atmosfera sombria cada vez mais perdendo a força. Uma aura mais otimista, o que pode ser bom a longo prazo.
Sendo assim, “Liga da Justiça” é o filme mais redondo do novo universo da DC/Warner. Apesar de, como mencionei, arriscar muito menos e ter algumas falhas técnicas que me incomodaram bastante – a fraca captação facial e visual do Lobo da Estepe, além das cenas embaixo d’água do Aquaman, que ainda não parecem estar bem resolvidas – o filme aposta no charme e carisma de seus queridos personagens para conquistar o espectador. Como tem sido meu discurso a cada novo filme de super-heróis, é bem legal quando um filme se leva a sério e levanta questões, como o risco existencial de Oppenheimer (como “BvS” e “Guerra Civil” tentaram fazer), mas é mais legal ainda quando o espectador sai contente por ter se divertido em uma sala de cinema.
PS: O filme tem duas cenas pós créditos e vale a pena esperar por elas!
E você, já assistiu ou está ansioso para ver? Concorda ou discorda da análise? Deixe seu comentário ou crítica (educadamente) e até a próxima!
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