Antes de “Malévola” chegar aos cinemas, a bruxa do clássico “A Bela Adormecida” era uma das mais temidas vilãs presentes nos filmes da Disney.
Uma mulher vingativa, que amaldiçoa sem piedade uma pequena princesa ao sono eterno após a menina espetar seu dedo numa roca aos 16 anos, tendo seu feitiço desfeito apenas com um beijo do amor verdadeiro.
Ao deixar o Cinema, a sensação de uma infância enganada toma conta do espectador. A temida bruxa é, no fundo, uma vítima. Mas, será que apresentar essa nova história foi uma boa ideia? Isso é discutível. Para os mais velhos, mexer na tão conhecida história presente em “A Bela Adormecida” é um tanto cruel, e ao mesmo tempo, corajoso. Para os mais novos, “Malévola” tem um conteúdo tecnológico, apresentado através dos fantásticos efeitos visuais, no abuso de cores e no investimento feito no 3D, que agrada muito.
Portanto, é nítido que o público-alvo de “Malévola” consiste em crianças e adolescentes, que não possuem a clássica história tão fincada em suas mentes, e que, assim, permitem essa flexibilidade em relação à história original, ou seja, aceitam essa mudança mais facilmente.
Para isso, Robert Stromberg foi escolhido para a direção do filme, e não é para menos, já que o diretor é perito em efeitos visuais, visto que o mesmo já trabalhou em filmes recheados dessas tecnologias, como “As Aventuras de Pi”, “Alice no País das Maravilhas” e “Oz, Mágico e Poderoso”, por exemplo.
No elenco, quem rouba a cena é Angelina Jolie, claro, que apresenta uma naturalidade impressionante, mesclando ingenuidade, bondade, rancor, ódio, arrependimento, e de uma maneira formidável, mantém a postura forte da personagem. Além de atriz, Jolie também fez parte da produção executiva do longa.
Elle Fanning, que interpreta a princesa Aurora, consegue sugerir a delicadeza da personagem, sem tirar o foco de Malévola.
A equipe técnica merece destaque, contando com James Newton Howard como compositor, Rick Baker na maquiagem, Dean Semler na direção de fotografia e Richard Pearson na montagem.
“Malévola” mexe com as lembranças da infância dos mais velhos, apresenta um novo olhar para os mais novos, e se define como um filme que ou se ama, ou se odeia.