Perdido nas Prateleiras #9 : Complicações do Amor

Pimenteiros de plantão! Hoje faremos uma nova descoberta nessa terra desconhecida que vai além do universo dos grandes lançamentos. Se esta é sua primeira visita, este é o Perdido nas Prateleiras, aqui falamos sobre coisas valiosas que passam despercebidas no nosso radar. Uma vez por semana (sexta-feira) falaremos sobre alguma obra não tão comentada quanto as mais festejadas, coisas que estão por aí e talvez você não conheça, e se você conhecer compartilhe essas raridades que merecem a nossa atenção e a de todos.

Vamos pegar um gancho no assunto da semana: William Bonner e Fátima Bernades se separaram. O fim nós já sabemos. Mas os questionamentos rondam a mente das pessoas ao ouvirem sobre o rompimento. Que tal um filme que servirá como uma terapia para o seu relacionamento? O casal Ethan e Sophie trazem todas as fases de um relacionamento em apenas 91 minutos.

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O diretor Charlie McDowell estréia nesta obra de 2014. Ele conta a história de Sophie e Ethan, um casal que está junto por anos, mas o casamento passa por um momento de crise. Tentando recriar a intimidade do casal, eles decidem fazer uma viagem juntos durante um fim de semana, ao chegar no local se deparam com uma situação que vai colocar à prova o romance entre os dois.
Filmes de romance que encantam as multidões costumam ter uma formula básica, fugindo muito do puro conceito dos relacionamentos da vida real. O que temos aqui são perguntas duras, que machucam, e respostas silenciadas pelo tempo. Muitos casais questionam a perca da novidade, a rotina. Pelos menos cada um de nós conhece alguém que está divorciado. Ethan é um cara que está resolvido com a sua vida, não se questiona sobre novidades, mas para não perder sua esposa aposta nessa perspectiva de dar oportunidade ao novo, já Sophie não enxerga mais no marido toda a paixão que fora apresentada anos atrás.

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O roteiro aqui peca um pouco no final do segundo ato, mas a entrega dos atos é ótima, sempre é questionado algo rotineiro nos casais da forma mais dura possível, a contemplação do passado com o presente é uma armadilha constante, adotada em um tom de humor. A nossa identificação com o passado dos personagens é colocada de uma forma leve que ao se desenrolar se torna em uma angustia sem volta. Podemos ver a introdução desse fato como uma metáfora pessoal. Quando pensamos no nostálgico é sempre tentando recuperar aquele fôlego jovial, logo que pensamos em algo que gostávamos quando mais novos, vem às boas sensações, porém ao sermos jogados na realidade, uma angústia se aprisiona e lidar com o fato de que aqueles momentos não existem mais, faz com que muitos desistam de algo ou alguém. Continuar com uma perspectiva passada, não nos faz caminhar, só nos faz retroceder para um ponteiro que já passou. O relógio da vida corre, por mais que ajustamos a hora, o horário daquele dia, daquele ano, já não existe mais.

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O que o filme aborda é justamente duas pessoas querendo mudar o futuro visando o passado, querendo ser os velhos Ethan e Sophie, e não os novos Ethan e Sophie. É uma ótima oportunidade para enxergarmos que talvez realmente um relacionamento que chega ao seu final, pode não ser de todo mal, mas o que é exposto no roteiro, é que se algo está quebrado temos que refletir, verificar, juntar as pecinhas e partir de um novo principia.
É isso galera, não se separem, e se for inevitável, encontrem uma perspectiva nova, sem deixar de carregar consigo as velhas lições. Até a próxima sexta.

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