[et_pb_section admin_label=”section” background_image=”http://supercinemaup.com/wp-content/uploads/2017/05/corra-pipoca-de-pimenta-super-cinema-up-e1494016771331.jpg” transparent_background=”off” allow_player_pause=”off” inner_shadow=”off” parallax=”on” parallax_method=”off” make_fullwidth=”off” use_custom_width=”off” width_unit=”on” make_equal=”off” use_custom_gutter=”off”][et_pb_row admin_label=”row”][et_pb_column type=”4_4″][et_pb_text admin_label=”Texto” background_layout=”light” text_orientation=”justified” background_color=”rgba(234,234,234,0.6)” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid” custom_padding=”10px|10px|10px|10px”]

Eu não conheço uma pessoa que goste tanto de sermão como a minha mãe. É incrível como ela consegue transformar qualquer assunto em uma lição de moral. Qualquer mesmo. No entanto, por mais que ela exagere um pouco em questões mais simples, como não andar descalço pela casa, não tomar banho logo depois de comer ou algo do tipo, na maioria das vezes eu dou o braço a torcer que ela tinha razão. A questão não é o que ela quer dizer, mas a forma como é dito.

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Você deve estar se perguntando onde eu quero chegar com esse quase “desabafo”. A verdade é que todos nós sabemos que existem assuntos pouco falados, mas que precisam ser discutidos. E o cinema é uma ótima forma de tocar nesses assuntos com a vantagem de poder criar toda uma história para dar contexto. Acontece que ninguém que eu conheça gosta de ouvir sermão e alguns filmes e séries são como a minha mãe, dona Elza, incomodam por não saber a forma de se comunicar. Assim, eles esfregam a mensagem na nossa cara como se fossem superiores ou “donos da razão”.

É por isso que quando surgem filmes como “Corra!”, que estreia nos cinemas essa semana, eu comemoro muito. Pois aqui temos um filme de gênero que é muito competente no seu clima de suspense e mistério e ainda aproveita para tocar em um assunto muito relevante que é o preconceito racial. O destaque vai para a forma inteligente que o diretor Jordan Peele utiliza esse assunto para atrair a atenção do público. Eu não diria que sutileza é o termo certo para sua crítica, mas através dos exageros propositais de sua sátira ele consegue ser reflexivo sem ser inconveniente ou moralista.

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Se eu pedir para vocês citarem um bom drama que discuta o assunto da discriminação racial, com certeza haverá centenas de títulos. Já se eu pedir uma boa comédia, as opções ficam bem escassas, talvez “Banzé no Oeste” (1974) ou “Trocando as Bolas” (1983). Se eu pedir um terror ou suspense então, dificilmente você encontrará algo que não seja completamente estereotipado. “Corra!” consegue ter tudo isso no mesmo filme, uma mistura de gêneros que se potencializa graças a uma estética muito bem elaborada e uma direção muito segura. Vale lembrar que é o longa de estreia de Jordan Peele, e uma das melhores estreias da década.

O roteiro, escrito pelo próprio Peele, foi inspirado numa piada de Eddie Murphy sobre o dia em que ele conheceu os pais de uma namorada branca. Isso me fez lembrar do livro Save the Cat, do guru do roteiro em Holywood Blake Snyder. Logo no início do livro, Snyder recomenda a roteiristas buscando inspiração a pegarem um filme de determinado gênero e subverte-lo para o gênero oposto. Em “Corra!”, fica bem evidente a referência a comédias como “Entrando Numa Fria” ou “A Família da Noiva”, transformando o inusitado e cômico em constrangimento e horror psicológico.

O filme inicia com uma abertura sinistra, onde um jovem negro anda por um bairro nobre e desconhecido (para ele). Assim como faz durante todo o filme, Peele utiliza a música para intensificar a atmosfera de que algo ruim está para acontecer. E funciona. Após um sequestro que ocorre, o filme nos apresenta ao casal principal, vivido por Chris (Daniel Kaluuya) e Rose (Alisson Williams), preparando as malas para pegar a estrada e conhecer a família dela. Por se tratar de um filme onde o mistério é fundamental, tentarei ser o mais vago possível e não entregar spoilers (mas farei uma análise especial sobre os simbolismos presentes no filme, deixados pela direção por meio de várias pistas visuais).

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Apesar da mensagem ser bastante clara, a sutileza está presente no roteiro através de um subtexto muito caprichado. Há vários comentários aparentemente sem importância, mas que certamente farão diferença em algum ponto da história. Vale a pena manter concentração total durante o filme — e não é difícil, pois a atmosfera é muito envolvente — para pegar o máximo possível dessas sutilezas. Apesar do filme ser vendido como um terror, ele não chega a ser extremamente assustador. Na verdade, não é esse tipo de filme. Acredito que ele incomoda mais pelas verdades inconvenientes que escancara do que por sustos e coisas do tipo — embora bons jumpscares estejam presentes.

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Além do expressivo e ótimo Daniel Kaluuya, o elenco conta com a sempre competente Catherine Keener como a mãe de Rose, além de Bradley Whitford como o pai e um assustador Caleb Landry Jones na pele de Jeremy, irmão de Rose. Também há os empregados da casa Walter (Marcus Henderson) e Georgina (Betty Gabriel), misteriosos e responsáveis por momentos bizarros que nos fazem até rir de nervoso, até porque o riso e o medo são separados por uma linha muito tênue. Falando em riso, LilRel Howery, amigo de Chris, tem um dos papéis mais engraçados do ano, como um segurança da TSA.

Colocando de maneira mais clara, talvez você esteja se perguntando: o filme realmente assusta? Eu me atreveria a dizer que não assusta como os filmes de terror convencionais, mas mesmo assim funciona, porque a atmosfera é bem construída e nos importamos com o protagonista, portanto, tememos que algo de muito ruim possa acontecer com ele. Convém mencionar que lá para o terceiro ato o suspense psicológico cai consideravelmente e dá lugar a um gore, com momentos mais chocantes para agradar aos fãs mais hardcore.

Como eu mencionei anteriormente, Peele utiliza com frequência a trilha sonora para climatizar e ajudar a envolver o espectador no ambiente. Contando com um orçamento apertadíssimo (o filme custou apenas $5 milhões de dólares), ele foi buscar o compositor orquestral Michael Abels — que nunca havia trabalhado com cinema — após ter visto sua macabra composição “Lendas Urbanas” no Youtube. Arrisco a dizer que a aposta deu muito certo e a trilha é uma das melhores do gênero nos últimos anos — destaque para Sikiliza Kwa Waheng.

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Sendo assim, espero que não lhe falte motivos para conferir “Corra!” nos cinemas, pois já se destaca como um dos melhores filmes do ano neste primeiro semestre. Não vou dizer que o roteiro é perfeito, peguei um ou outro probleminha, mas são totalmente fáceis de relevar. Quanto ao tema debatido, se alguma cena te incomoda no filme, provavelmente o diretor cumpriu seu objetivo. Jordan Peele acerta na concisão, contando esse verdadeiro pesadelo com começo, meio e fim muito claros e a crítica social que faz é inteligente, por meio de uma sátira divertida e ao mesmo tempo reflexiva. Imperdível!

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E você, já assistiu ou está ansioso para ver? Concorda ou discorda da análise? Deixe seu comentário ou crítica (educadamente) e até a próxima!

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