InvasãoàLondres

Em ‘Invasão a Casa Branca (2013)’, terroristas invadiram a Casa Branca e sequestraram o Presidente, mas não contavam com a presença de um ex-agente do serviço secreto que estava no lugar certo e na hora certa para usar todas suas habilidades e salvar o dia. Alguns anos depois, quando o Primeiro-Ministro britânico morre, as principais lideranças diplomáticas do mundo precisam ir ao seu funeral em Londres, especialmente o presidente norte americano Benjamin Asher (Aaron Eckhart), já que os ingleses são os mais antigos e principais aliados dos EUA. Por ser um evento muito visado pelos “inimigos do ocidente”, haja vista que todos os líderes estarão em um mesmo lugar, cabe ao mesmo ex-agente e agora chefe da segurança presidencial Mike Banning (Gerard Butler), preparar de última hora uma estratégia para manter a salvo seu presidente durante a visita.

A Casa Branca é o símbolo máximo da imponência norte-americana com toda sua segurança e a representação de poder do líder da nação que ali reside. No cinema, ameaçar a supremacia dos EUA tem muito a ver com a queda deste símbolo, como ‘Independence Day’ (1996) ou ‘O Ataque’ (2013) também já fizeram, sob a direção do ícone das catástrofes Roland Emmerich. Em ‘Invasão a Londres’, no entanto, houve uma mudança no comando. Saiu o diretor Antoine Fuqua para a chegada de Babak Najafi, diretor iraniano habituado a filmes de ação e que dirigiu alguns episódios da boa série Banshee.
É importante ressaltar que ‘Invasão a Londres’ não tem uma trama super elaborada ou uma preocupação em fazer uma crítica relevante aos conflitos políticos acontecendo atualmente. Há questões contemporâneas como a ameaça de hackers trabalhando junto com o terrorismo, mas isso nunca é aprofundado. Como a essência do filme de ação, a obra consiste em um drama (ou conflito), onde as ações – e não as ideias – movem a narrativa. Dentro do seu universo arquitetado, a premissa da trama principal é muito bem apresentada, com a morte do primeiro-ministro. Com relação às tramas paralelas, há uma história de vingança pessoal devido a uma operação militar “anti-terrorismo” e o drama familiar de Mike Banning, pois sua esposa Leah (Radha Mitchell) está grávida e ele estava prestes a pedir demissão para se dedicar mais à família. Apesar das tramas secundárias serem muito triviais, dentro do contexto do filme elas são aceitáveis e apresentadas satisfatoriamente.

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O forte do filme são as sequências de ação muito bem construídas, onde a ação – ao invés de ser intermitente, como o usual dos filmes do gênero – é contínua e de acordo com o plano arquitetado pelos terroristas, em uma busca incessante atrás de vingança contra o presidente. Por outro lado, o roteiro exige um pouco de suspensão da descrença do espectador, pois retrata o MI-6 (a principal agência de segurança nacional) como uma agência bem incompetente para que Banning pudesse salvar o dia novamente.

Gerard Butler está excelente no papel, lembrando de certa forma Bruce Willis na franquia ‘Duro de Matar’. O ator – fisicamente privilegiado com seus 1,88 m de altura – é um dos melhores em filmes de ação atualmente, e através do durão Mike Banning encontrou o tom ideal do personagem, implacável e descontraído, o que contribui para o alívio cômico do filme, tornando o filme mais divertido. Outros nomes do filme anterior estão de volta, como o vice-presidente VP Trumbull (Morgan Freeman) e a eficiente Lynne Jacobs (Angela Bassett) e mais uma vez têm um papel importante na trama.
O grande momento do filme é um plano-sequência da invasão de resgate ao presidente, aparentemente filmado através de uma “steady cam” de mão pelo operador de câmera Stewart Howell. Nele, a sequência é muito bem coreografada e a ação é de tirar o fôlego. Essa decisão por parte da direção traz um diferencial enorme na continuidade da cena e no envolvimento do espectador. Os principais pontos turísticos da cidade de Londres estão presentes, trazendo mais credibilidade para as cenas de destruição. Em contrapartida, a falta de orçamento destinada aos efeitos visuais resultou em um trabalho que pareceu muito artificial, o que é uma pena, pois prejudica a exibição.

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Concluindo, apesar de uma mensagem exagerada de patriotismo e de exigir que o espectador releve algumas situações um tanto implausíveis, com uma ou outra situação clichê ou insatisfatória (como a trama do infiltrado), ‘Invasão a Londres’ é um eficiente filme de ação que supera seu roteiro raso através da boa direção de Babak Najafi, que pensou e executou muito bem as sequências de ação, as movimentações de câmera e a estrutura do filme se sustentam satisfatoriamente até o final e a boa contribuição do elenco ajuda bastante para o envolvimento do espectador. O ritmo do filme não deixa a trama entediante, os cortes são bem feitos nas horas certas e a continuidade do plano-sequência da invasão final diferencia a cena do padrão que já estamos cansados de ver em outros filmes do gênero. Não é um filme pretensioso ao ponto de disputar premiações ou fazer uma bilheteria bilionária, mas agrada muito aos fãs de filmes de ação e parece ter fôlego para uma longa carreira em home vídeo ou na televisão. Liderado pelo carisma e pela força do protagonista Gerard Butler, ‘Invasão a Londres’ é um filme que entre prós e contras, acaba valendo muito apena.




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