Perdido Nas Prateleiras #10: Estrada Para a Perdição

Pimenteiros de plantão! Hoje faremos uma nova descoberta nessa terra desconhecida que vai além do universo dos grandes lançamentos. Se esta é sua primeira visita, este é o Perdido nas Prateleiras, aqui falamos sobre coisas valiosas que passam despercebidas no nosso radar. Uma vez por semana (sexta-feira) falaremos sobre alguma obra não tão comentada quanto as mais festejadas, coisas que estão por aí e talvez você não conheça, e se você conhecer compartilhe essas raridades que merecem a nossa atenção e a de todos.

Contando com à direção de Sam Mendes, um elenco estelar que conta com: Tom Hanks, Jude Law e Paul Newman, sendo orquestrados pela maestria de Thomas Newman. Se isso não foi o bastante, a ‘Estrada Para a Perdição’, é o filme certo para apresentar esses atores, em uma história que diz muito da relação pai e filho e os princípios que devem ser estabelecidos nessa relação.

Um garoto de 12 anos, chamado Michael Sullivan Jr.(Tyler Hoechlin) vai escondido acompanhar o pai no trabalho, ao chegar lá, ele presencia um assassinato brutal, o que até então o garoto não sabia, era que o seu pai era um gangster. Um momento que vai mudar a vida de pai e filho para sempre, unindo essa relação que até então era inexistente.

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Esse é um daqueles filmes, que não esperamos muita coisa ao ver a sinopse, mas ao acabar aplaudimos de pé. Filmes de gangster normalmente desencadeiam a mesma sensação. Confesso, quando o assunto é mafia ou os gangsters das décadas de 50, eu já enxergo com um olhar mais amável, é um dos assuntos mais ricos abordados no cinema. Longe de todos os tiros e toda a brutalidade, a ‘Estrada Para a Perdição’, se torna um filme totalmente sensível, diria que um dos melhores quando o assunto não é gangsters, mas sim a relação de pai e filho.

‘Beleza Americana’ é sem dúvidas a menina dos olhos de Sam Mendes, mas a pouca atenção para a ‘Estrada para a Perdição’ é uma injustiça que devemos reavaliar, diria que esse filme é o ‘Filhos da Esperança’ do Cuarón, o ‘Fonte da Vida’ do Aronofsky ou o ‘À Prova de Morte’ do Tarantino. É daqueles filmes que ficam no meu cerne, é uma das surpresas mais espetaculares, a baixa expectativa alavanca o filme, isso é fato. Porém mesmo vendo as obras de artes desses diretores, confesso que o meu amor se interliga aos patinhos feios da filmografias desses citados. Claro, existem filmes ainda mais inexpressivos que esses dos diretores, e não digo que eles são melhores que os mais apreciados pela gama mundial. Apenas enxergo mais vida e uma conexão extremamente pessoal com esses filmes.

Tarantino é espetacular, é cru, em o ‘À Prova de Morte’. Já Cuarón faz o seu melhor, ele entrega a melhor história que já fizera em seus filmes em ‘Filhos da Esperança’. Já Aronofsky, traz um dos filmes da minha vida, qualquer dia falaremos de ‘Fonte da Vida’ aqui no Perdido nas Prateleiras, mas confesso que de fato é o filme mais complicado para me expressar, pois é um carta de amor sobre a vida, e falar sobre a vida em uma mero texto, é como querer medir o universo com uma fita métrica.

O que me cativa de fato para um filme entrar na minha prateleira, é o quanto ele me faz mergulhar nele, e desculpa o fantástico ‘Beleza Americana’, mas Sam Mendes faz você refletir sobre filhos, criação, fidelidade, princípios, valores, escolhas, laços e humanidade em 117 minutos.

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E nem preciso falar da trilha sonora que está nas minhas playlist de leitura, é daquelas que você se emociona só de escutar e pensa como as pequenas coisas da vida á tornam grandiosa. Thomas Newman é um dos maiores de todos os tempos, ele e esse piano dão uma vida para a história que vai fazer com que você fique com os olhos brilhando ao encontrar o final deste filme.
É isso, semana que vem voltaremos com mais um “Perdido Nas Prateleiras”. Até lá!

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