“Os Smurfs e a Vila Perdida” é mais uma produção que utiliza uma fórmula já esgotada

“Os Smurfs e a Vila Perdida” começa com um questionamento sobre o que é a Smurfette. Em toda a vila há somente Smurfs meninos, e cada um atende pelo nome de sua característica principal. No meio dessa procura por si mesma, Smurfette dá de cara, na Floresta Encantada, com um tipo de Smurf que ela nunca havia visto antes. Mas o feiticeiro Gargamel a sequestra e também descobre sobre essa nova vila de Smurfs. Assim, os Smurfs e a Smurfette precisam alcançar esse novo lugar antes que o vilão o faça.

Créditos: Divulgação

A história dos Smurfs teve início em 1958, criada por Peyo em quadrinhos que mais tarde foram adaptados para a televisão e cinema. Entretanto, o longa deixa muito a desejar em questão de inovação. As piadas são poucas e não possuem força o suficiente, a narrativa não se sustenta por completo e a experiência 3D no cinema é mais um atrativo que não se justifica. A atenção está toda voltada para Smurfette e como ela se enxerga no mundo em que vive. Seus questionamentos a colocam numa posição cada vez mais independente conforme a narrativa avança, mas pouco desse potencial é explorado.

O papel do vilão permanece num maniqueísmo puro, não mais visto em outros filmes de animação modernos que, pelo contrário, descobriram que explorar os diferentes lados de um mesmo personagem pode oferecer a complexidade necessária para um filme infantil conseguir, de maneira satisfatória, transmitir uma mensagem mais completa e coerente com a realidade. Mas Gargamel não é um Megamente e seus planos diabólicos permanecem dentro do esperado pelo público (assim como a resolução de todos os problemas criados na trama). O Deus Ex Machina aparece no final para resolver um conflito muito maior (aparentemente) do que o tempo e a criatividade dos roteiristas permitiram.

Créditos: Divulgação

Na nova vila de Smurfs, Smurfette encontra outras como ela. Essa é uma vila das Smurfs meninas, que são ágeis e independentes. Mas o fato de Smurfette ter sido “fabricada” por Gargamel a impede ainda de se sentir completamente em casa. Apenas quando todos os Smurfs são capturados e ela precisa tomar coragem e traçar um plano para livra-los do vilão é que Smurfette consegue provar para os outros – e especialmente para si mesma – que é uma verdadeira Smurf.

Em meio a tantos lançamentos infantis, “Os Smurfs e a Vila Perdida” não é um filme que se destaca. É mais uma produção advinda da mesma fórmula já esgotada de se criar uma animação quase completamente baseada num jogo de esconde-esconde. Porém, quando a brincadeira acaba o espectador não encontrará nada de novo.

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